Saturday 16 January 2010

2009/2010.

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Um trabalho que não suportas. A fome de um melhor, o dobro do esforço. Um acidente de carro grave. A vida a fugir-te das mãos - o medo rebenta-te na cara em airbags e dores trepidantes pelo corpo todo. Umas férias numa praia paradisíaca, um povo feliz. Cânticos de fé, danças de amor. O Ano Novo, com todas as suas resoluções e todos os seus planos. 2010 - esperança. As três em sítios diferentes - a saudade e a solidão de mão dada na tua frente, rindo-se. Dás mais de ti. Gestos de caridade e conforto alheio ao teu - altruísmo. O homem da tua vida leva-te a jantar fora. Depois de teres ponderado a balança, medido prós e contras, vês como há velas, como há senhores com violinos. Pensas que talvez seja isto. Pensas mal. Diz-te que quer casar com a amiga de infância, com quem namora há uns meses. Pousas o guardanapo na mesa. Foges para longe dali. Nova cidade, novo desgosto. Diz que não é disto que precisa, diz que não és tu, não agora. Escreves um mail detalhado à B. Vais odiar o teu corpo nos próximos dias, fechar a mente do mundo e achar que a vida te estraga todos os planos. Até perceberes que talvez a vida não seja feita de planos, mas de perspectivas.
Um inesperado telefonema às duas da manhã. A E., na sua residência londrina. A new perspective, disse-me.