Monday 31 August 2009

Mito.

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Uma mulher não precisa sempre de um cavaleiro andante que a salve. Há mulheres que não querem ser salvas, ponto final. Há as que não ficam bem de folhos, que nem gostam de rosas e se negam aos clichês do clássico para-sempre. Cheguem-se ao século XXI e acreditem na auto-suficiência feminina. Saltem do cavalo branco, minhas queridas.

Sunday 30 August 2009

Drama #1

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Eu sei que os gays são os melhores amigos das mulheres... Mas eu vou precisar de me divertir em Londres e onde é que vou arranjar Homens para isso?

Friday 28 August 2009

We're not friends.

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Durante estes meses todos fomos como aqueles autocarros que passeiam pelas cidades e que os turistas tanto gostam de apanhar, sentando-se nos lugares de cima para tirar melhores fotografias, que quando regressam mostram aos familiares e amigos, e contam como foram as suas férias maravilhosas. Chamam-se autocarros: Drop on, Drop off. As pessoas compram o bilhete, entram no autocarro, fazem questão de se sentarem nos melhores lugares e ainda acenam às pessoas que vão a pé. Saem quando estão fartas de estar sentadas: ou porque está calor, ou porque querem conhecer melhor aquela parte da cidade, ou porque querem ir à casa de banho, ou por tantas outras coisas. Uma vez satisfeitas as necessidades voltam a entrar no autocarro, porque já compraram o bilhete, e por isso podem, porque se o autocarro é de Drop on / Drop off, as pessoas fazem isso mesmo: entram e saem, sem dar justificações a ninguém.
Meu querido, que fomos nós mais que um autocarro de drop on / drop off durante estes meses? Fizemos os dois gato sapato do coração um do outro, e no fim a culpa perdeu-se no vento, porque nem eu a tenho, nem tu a escondeste. O único problema foi não nos cansarmos de andar de autocarro ao mesmo tempo, e de tu quereres saír quando eu queria entrar, e de eu me ir embora e rasgar o bilhete quando tu ainda querias dar mais uma volta. Entraste no autocarro e apanhaste-me de surpresa. Sentaste-te ao meu lado sem pedir licença e eu pouco me importei. A tua espontaneidade aliciou-me, e que escolha tinha eu se não deixar-te entrar sem justificações? Levantaste-te e foste embora sem avisares com antecedência, e eu nem tive coragem para me mexer. Saímos e entramos umas quantas vezes, sempre desencontradas, até que nos voltamos a sentar um ao lado do outro, mais uma vez. Levantei-me e saí. Alguem tinha de ser o primeiro, e eu nunca fui muito de autocarros, e estas viagens já me tinham deixado enjoada. Vim embora com o coração nas mãos como que à procura de um lugar para o pousar (que sorte em ter a Pe. e a E. comigo nas melhores e nas piores alturas). Tinha sentido demais, tinha-te dado demais. Era o meu primeiro grande amor, amor a sério, que querias que fizesse? Queria vivê-lo ao sabor do vento, sem medos e preocupações. Amor de Hollywood.
Hoje digo que não somos amigos. Depois de uma tarde de conversas e compromissos e promessas entre três amigas, comprometi-me a não me deixar seduzir pela tua espontaneidade, de apareceres sempre quando eu não espero, e de fazeres sempre o que eu não prevejo (you know why I like to watch movies I've already seen? Because I like knowing how things are gonna turn out). Por isso eu fui, de alma tranquila e coração aos pulos por não saber o que viria de ti. Deste-me um sorriso, a tua mão na minha cintura, e rejeitei tudo isso. Tu não me queres de volta, nem eu a ti. Mantive a minha postura de "non-friends" e esperei pelo fim até te voltar a encontrar. Deste-me mais um sorriso, a tua mão na minha cintura, e ainda um abraço com direito a mimo. Não percebeste meu querido, para já não somos amigos, e só por eu ter lá estado não significa que eu esteja à tua procura (your turn to write the story, not mine). Tu não me queres de volta, sabes bem disso. Despedi-me na incerteza do que pensas que somos sem admitir que ainda gostava que te deixasses de preguiças e que fizesses mais que "estenderes-te e comeres" quando não entras em cena, que se "gostas [assim tanto] de me ver" podias querer ter-me mais que um número da agenda telefónica para o qual ligas ou mandas mensagens quando bem queres e te apetece. Hoje não somos amigos, mas é a tua vez de arregaçares as mangas e de te mexeres.

This love has taken its toll on me, He said goodbye too many times before.

Almoço do passado.

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Um dia, era eu a menina a crescer para o mulher, amei um menino a crescer para o homem. Esse menino, J., era o meu sol, a minha chuva e a minha música. As palavras tão cultas que saiam daquela boca, que eu desejava a todos os instantes, eram a minha bíblia e o meu corpo era o palco do tão complexo actor que me tinha com um só olhar. Nunca lhe admiti este amor pela palavra "amo-te", nunca lhe disse por pensar que havia ainda muito caminho a percorrer até o mesmo verbo poder ser pronunciado com a mesma intensidade pelas duas bocas. O tempo fez o que tinha a fazer e a vida levou-o para longe de mim. Janela fora foram todas as palavras bonitas, os toques e tudo mais que é cor-de-rosa demais para ser recordado. Janela dentro ficaram as promessas de permanecermos amigos ligados por uma troca de sms ocasionais.

Tempo passou-se. Ele arranjou uma miúda, morena como eu sempre quis ser, ele continuou com a vida dele. Eu, presa a um coração demasiado agarrado, não segui em frente com tanta facilidade. Eu, presa a um coração demasiado agarrado, senti-me traída sem razão de ser. Ele, com o coração já agarrado a outro, sentiu-se injustiçado. Nós, corações incompatíveis por tudo de que são (foram) feitos, discutimos, utilizamos as mais feias armas que possuíamos e armamos uma guerra capaz de derramar mais sangue do que tínhamos para derramar.
Hoje, após meses a lamber as feridas pós-guerra, pegamos no orgulho, pusemo-lo de lado e fomos almoçar.


Ele estava igual, sabem? Mas Eu não. Eu já não tinha os óculos cor-de-rosa postos e já não o julgava o Homem da minha vida. Já não julgo. Compreendo agora que Ele nunca me fez tão bem quanto julgava. Quando estamos demasiado em contacto com o negro, acabamos por escurecer também e eu gosto tanto da minha côr clara.
Cheguei a casa, atordoada de te ouvir falar da tua vida nova, dos novos amigos, do novo curso, do novo tudo e ainda assim peguei na tua velha fotografia e enfiei-a na mala. Já não sou Mulher de me torcer por ti, mas a nova Eu deve-se à tua ausência.
Mesmo sabendo que chocolate faz engordar, dá espinhas e mais o quê, comemos.- Um amigo meu perguntou-me assim "Why do we always go for the bad-ass ones? We know they're no good. We still want to fuck them though". O meu amigo tinha muita razão. Só gostamos do que nos faz mal.

You can all go home. It's over. So over.

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Se a nossa relação fosse uma casa, seria uma de duas assoalhadas. Uma casa construída com tempo, muito tempo, cheia de janelas e cuja porta de entrada se encontra virada para o Norte. Até agora escapuli-me vezes sem conta pelas janelas da nossa casa, da nossa relação. À socapa, escapava-me de ti para braços de outros homens. Mais fortes, mais compreensivos, mais cultos. Amei-te de todas as vezes que fui de outros homens. Amei-te de todas as vezes que fui tua. Regressava a casa pela porta, limpava pés no tapete de entrada e lavava mãos da facada que nos fui dando, com o tempo. Muito tempo. Mantivemos a casa limpa, fosses tu tão atento quanto és asseado, meu querido. Discutimos mais vezes que o que consideraríamos ideal, ou até normal para os casais nossos amigos. Fugia para o primeiro andar e trancava-te no rés-do-chão. Não te ouvia nem tu a mim, os berros chegavam aos vizinhos e podíamos vender a mágoa em bancas de limonada fresca, como quando éramos novos e apaixonados. Porque foi isso que voou pela janela - a paixão. Com ela, os alicerces da nossa casa. E os outros homens amaram-me mais que tu. E eu amei-os mais a eles que a ti. Aos seus braços mais fortes, mais compreensivos, mais cultos. Hoje a nossa casinha ruiu e eu saí pela porta principal. Perdi o meu Norte mas chamei-te ao jardim para conversarmos. Não me vou escapulir mais pela janela, desculpar-me com as minhas amigas ou as habituais dores de cabeça. Somos demasiado crescidos para vender limonada na rua e não posso ficar mais. Já não tenho idade para fugir pela janela, aprendi valores que superam a culpa e a mentira. Perdoa-me e, se puderes, arranja coragem para voltar a amar. A construir uma nova casa, térrea, cujas janelas sejam tão-só clarabóias e os alicerces sejam incondicionalmente indestrutíveis. Uma casa longe das ruínas da nossa.

Tuesday 25 August 2009

Presentations: Blair

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Nunca gostei de apresentações, porque nunca soube por onde começar, o início?
Ainda não falava e já chorava com medo de pombas - e se me perguntarem digo que não é medo, mas é certinho que ainda me apanhem a fugir-, costumava sentar-me no sofá a ver a minha mãe a descobrir como aplicar a tecnologia às artes visuais, e era capáz de passar horas a vê-la trabalhar nisso; dizia que um dia ia chegar à lua e iria ficar a viver por lá - já achava que o Mundo por aqui era pouco cor-de-rosa como eu gostava que fosse e demasiado confuso. Andava sempre rodeada dos mesmos amigos, e as minhas festas de anos contavam sempre com mais rapazes que raparigas - couldn't help it! Sempre fui de amuar muitas vezes, mas foi com esses mesmos rapazes, os dos tempos da lua, que aprendi a desamuar tantas vezes como as que amuava. Cresci sempre sobre a protecção deles, e a partir de uma certa altura, encontrei a E. que me deu a protecção de irmã, e a Pe. que sempre me deu a força que ela tem. Entretanto apareceu o cinema e a paixão pela produção, que vierem substituir a vontade de ir à lua e mostrar-me que do cor-de-rosa não preciso e que na confusão posso encontrar tanta coisa boa. Foi na confusão que descobri que gosto de aeroportos e de transportes públicos porque adoro pessoas - foi com as minhas pessoas que aprendi a amar e a dar sem medos -, e imaginar como cada pessoa tem uma história que devia ser ouvida, ou pelo menos eu gostava de ouvir. Gosto de histórias de amor porque também é daí que as pessoas tiram força e se tornam nas pessoas que são, e é tão bom poder dar (amor) que o que me deixa mais preenchida é poder dar e saber que as pessoas gostam.
Se há coisa que aprendi - acho que tanto com a Pe. como com a E.- foi saber ir tirando de tudo o que vivo as maiores e melhores lições, e a guardar o que é bom de guadar. É por isso que gosto do amor, porque mesmo que tenha s(ab)ido (a) pouco, soube guardar o que de melhor eu tive: o cor-de-rosa, os principes e as princesas, e o amor que fui capaz de deixar crescer e sentir.
Fiz as minhas escolhas, adiei a viagem à lua e vou à procura do sonho de criar histórias que cheguem às pessoas, assim como as histórias me chegam a mim.
Tenho um coração grande que se estende por continentes, com a certeza que a elas, eu levo.

Thursday 20 August 2009

Presentations: Penelope

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Sou mulher de convicções. Cresci a julgar que sabia exactamente o que queria, sabia exactamente onde procurar e agia com um fim último: encontrar um amor eterno. Ceguei pelo caminho, na busca incessante, e, ingénua miúda então, apaixonei-me, plena. Estudava rumo a Direito. Detestava todas as aulas de Geografia, períodos históricos aborreciam-me e estudava Biologia com a melhor amiga nos tempos livres. Fascinava-me o corpo humano, as plantas, a vida. A dada altura, já não tão miúda assim, a vida trocou-me as voltas. O tão aclamado amor eterno foi-o só até deixar de o ser e troquei Direito por Saúde numa só semana. A família ficou em rebuliço, a direcção da escola chamou-me impulsiva e inconsciente. Mudei de curso, de turma, de horários. Sou mulher de convicções. Convenci-me a entrar de postura altiva e reservada, agia com um fim último: formar-me em Saúde e amigos seria optativo. Teria sempre os de Humanidades, não queria dar-me a miúdos de Ciências a partir do zero, seria esgotante voltar a contar tudo de mim, deixar que o vissem sequer - o que sou. Pois sou mulher de convicções, ou sempre me julguei sê-lo. Até que a vida chega e me troca as voltas. A melhor amiga que comigo estudava Biologia foi-o até deixar de o ser, conheci das pessoas mais marcantes no novo curso. As que me apaixonavam pela vida que transbordam e partilham, qual livro aberto. A vida volta a fazer das suas e destinos apartam-nos. Hoje não sinto qualquer convicção que não a de me saber perdida. Nunca disse vezes suficientes "amo-te" a amigos porque julguei o amor único de um homem. Vejo-o agora, enquanto a minha pessoa preferida faz as malas para Londres. Sinto-o agora, enquanto me preparo para ver uma tão doce amiga partir para Aveiro. A cúmplice de sempre, para Lisboa. Choro, com tanta facilidade quanto sentimento. O amor da minha vida? Pois esse deixou de o ser e não o sabe, ainda. Não haverão lágrimas aqui, outros virão.

Despeço-me das minhas convicções e saúdo a vida como ela o é: louca, desprevenida, inconstante. Talvez por me identificar tanto com ela. Fosse ela viciada em sapatos altos, cafés, Anatomia de Grey e sexo e seríamos almas-gémeas. Eu e a vida, a partir de agora, começamos da estaca zero. Seja esgotante ou não, vou em frente.

Monday 17 August 2009

Presentations: Elle

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Desde que me lembro que me sinto pertencer a um palco. Nunca acreditei que tivesse o que fosse preciso. Até que pus os medos numa mala juntamente com sapatos de dança, roupa preta e partituras e meti-me num avião rumo a Londres. Ouviram-me, viram-me e aceitaram-me. Sou oficialmente uma aluna de Teatro-Musical e vou passar os próximos três anos da minha vida a estourar-me para ser a melhor artista que posso ser, em Londres. O que me move é muito simples - fazer os outros sentir o amor que eu sinto. E em cima do palco é onde o faço melhor.
Para trás deixo a vida como a conheci até agora: os pais, o irmão pequeno, as melhores amigas, os lugares e os amores. A Casa, portanto.
E por muito que me custe saber que foram estes elementos que me moldaram até agora, tenho outra parte de mim para construir. Do zero.
Sou inconstante, demais às vezes e sinto muito, de todas as maneiras (muito à Fernando Pessoa, que gostava muito de conhecer, by the way). Trapalhona, não sou do tipo de mulher com classe e elegância, embora goste de acreditar que fui a Audrey Hepburn numa outra vida. Maquilhagem e Sapatos são um vicio. Para além desse, só o chá, todas as noites, religiosamente.
Odeio bananas, seringas e violência e adoro chocolate, girasois e surpresas.
Mulher em construção, criança pela outra metade. Acredito no amor, hoje e para sempre, não é ele o melhor momento da nossa felicidade?
Música: Indie.
Series: Grey's Anatomy, a Izzie foi construida a partir de mim.
Cor: Azul
Pessoas: B. e Pe.
É só.